E vivi como o mesmo. Sem grandes, feitos, contos, ou historias. E me sentir cada dia mais inútil dentro de uma métrica breve cujo nos foi destinada.
A cada casa, cada rua, esquinas, bares, em cada espelho que me vejo, me entristece observa em minha barba quantos natais já se foram, e por trás da mesma ver um universo condenado a morte sem direito de defesa pelo o tempo e um tal equilíbrio.
E vivi carregando toda angustia, dor, desolação, todas as interrogações, e complicações, que procurei esbarrar no caminho. Chego às vezes a me arrependo de ter procurado tantas respostas que no final encontrei perguntas e perguntas e angustias.
Talvez pudesse apenas viver, sem me perguntar e sem querer saber, o que ainda não sei, dos por quês do universo sem me importa com tamanhas complexidades embutidas dentro do ciclo mortal dos seres humanos.
De tanto caminha entrei em caminhos Tortos, Vaguei por becos, ruas, vielas, trechos e escuros,
Cheguei onde ninguém, mas podia chegar e tudo ficou Preto, e tudo ficou seco, e tudo ficou e ficou e ficou.
E assim quando mais tarde me percebi, já era tempo de colher não de plantar, no tempo da chuva, viajei em busca do que não trouxe e voltei agora, na seca das oportunidades. Eu que esperava voltar pisando sobre a carne seca o que tenho ao meu favor?
Apenas um vago conhecimento que de nada me valera, textos que ninguém irar ler, musicas que ninguém ouvira, espetáculos que só meus olhos prestigiarão. E ainda a me ver no espelho tentando repara marcas profundas. Cai sobre meu ser tamanha reflexão:
Da infância restaram apenas lembranças guardadas nas pedras das ruas onde trafeguei e que me lembro com tamanha felicidade na face o quanto fui feliz quando era menos sábio, dos meus sonhos restaram apenas tristes ilusões que ate hoje me dói n’alma, das doutrinas por onde percorri as grandes interrogações tomaram meu sono, do conhecimento que recebi restaram todas as ilusões, tristezas, perguntas e angustia. Da minha vida restou apenas o que vou deixar textos, musicas, e espetáculos, que uma mente desiludida, triste e angustiada poderia vingar!
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
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